O casal que mora ao lado

RESENHA

   Acredito que cuidar de um filho seja uma das maiores responsabilidades da vida, principalmente quando esse filho ainda é um bebê. Que tipo de pais vão a um jantar na casa dos vizinhos que moram ao lado e deixam a filha, um pequeno bebê de apenas seis meses sozinha em casa?

   Essa é a vida de Anne e Marco Conti, que em uma noite qualquer tomam uma decisão que acaba com a vida deles. Os vizinhos resolvem fazer um jantar, Cynthia quer comemorar o aniversário do marido Graham e decide chamar o casal que mora ao lado, mas apenas eles e nada de Cora, a filha pequena, afinal ela detesta crianças chorando.

   A babá avisa no ultimo minuto que não poderá ficar com Cora, frustrando os planos do jantar já que Cynthia não quer a criança lá. Que mal um bebê poderia fazer em um jantar? Pensava Anne. E que mal poderia fazer deixar a bebê sozinha em casa, sendo que estarão ao lado? Pensava Marco.

   Com uma enorme insistência, Marco consegue convencer a esposa a ir ao jantar e deixar a babá eletrônica tomando conta de Cora. E decidem se revezar para olhar a criança de meia em meia hora. Anne sente que não é uma boa idéia, mas acaba concordando.

   O jantar é péssimo para Anne, ainda mais por ver a anfitriã Cynthia flertando com Marco a todo instante. Que tipo de mulher faz isso? Anne se sente péssima em deixar a filha sozinha justo por um motivo tão banal quanto jantar com pessoas que ela nem gosta.

  Quando finalmente convence Marco a voltar para casa é que se dão conta do que aconteceu: Cora sumiu. A porta da frente estava aberta, alguém roubou a bebê deles. O pior medo da vida de quem tem um filho se concretizou.

“Anne o encara com um olhar vago. Rasbach precisa se lembrar de que ela provavelmente encontra-se em estado de choque. Mas ele vê esse tipo de coisa o tempo todo, é seu trabalho. Ele é racional, nem um pouco sentimental. Precisa ser assim para ser eficiente. Encontrará essa criança, viva ou morta, e quem a raptou.” (página 25)

   Anne e Marco precisam enfrentar o ódio da mídia e todas as suspeitas que o Detetive Rasbach tem contra eles. Afinal, um bebê de seis meses não some sozinho, alguma coisa muito cruel aconteceu. Entre mentiras e segredos, os pais farão o possível e o impossível para descobrir o que aconteceu com Cora. Será que ela está viva? Quem seria cruel ao ponto de roubar um bebê? E por qual motivo?

“Porque, se tem algo que Rasbach aprendeu durante os anos na polícia é que as pessoas são capazes de qualquer coisa.” (página 28)

   Que livro foi esse galera. Senti-me agoniada com o desaparecimento de Cora, um bebê de apenas seis meses ser roubado assim? É para tocar fundo na alma. E as suspeitas do Detetive Rasbach me fizeram analisar a história de todos os ângulos possíveis, afinal, ele é o experiente em encontrar os verdadeiros culpados.

“Tudo o que Anne quer é voltar vinte e quatro horas no tempo. Dá uma olhada no relógio digital na mesinha de cabeceira: 23:31. Vinte e quatro horas antes, estava deixando Cora no berço para voltar ao jantar. Nada disso tinha acontecido. Estava tudo bem. Se ao menos pudesse voltar no tempo...” (página 88)

   Uma reviravolta surpreendente. Quando todo o mistério enfim foi revelado, o choque foi tão grande que precisei de 5 minutos para aceitar e compreender tudo. Nada é o que parece, as pessoas não são quem dizem ser. E a maldade do ser humano às vezes não tem limite.

“Ele vai descobrir tudo. A verdade está por aí. Sempre está. Basta encontrá-la.” (página 155)

   Se você é fã de um suspense psicológico que vai te fazer ficar louco em chegar ao final do livro, recomendo que leia O casal que mora ao lado. 

“Anne olha em silêncio pela janela assim que os repórteres ficam para trás. Não entende como podem ser tão cruéis. Será que nenhum deles é pai? Será que não conseguem imaginar, nem por um instante, a dor que é não saber onde está o filho? Passar a noite acordado com saudade do filho, imaginando seu corpinho imóvel, de olhos fechados, sem vida?” (página 158)

Detalhes

Páginas: 294
Autora: Shari Lapena
Onde encontrar: Skoob, Amazon, Submarino, Americanas.
Editora: Record